A Semana
A Semana, de uma certa maneira, nada mais foi do que uma ebulição de novas ideias totalmente libertadas, nacionalista em busca de uma identidade própria e de uma maneira mais livre de expressão. Não se tinha, porém, um programa definido: sentia-se muito mais um desejo de experimentar diferentes caminhos do que de definir um único ideal moderno.
Semana da Arte Moderna 1922
sábado, 10 de abril de 2010 às 11:23 {0 comentários}
A Semana de Arte Moderna, também chamada de Semana de 22, ocorreu em São Paulo no ano de 1922, nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro, no Teatro Municipal.
Cada dia da semana foi dedicado a um tema: respectivamente, pintura e escultura, poesia e literatura e música.
O presidente do Estado de São Paulo, da época, Dr. Washington Luís apoiou o movimento, especialmente atráves de Rene Thiollier, que solicitou patrocínio para trazer os artistas do Rio de Janeiro, Plínio Salgado e Menotti Del Pichia, membros de seu partido, o Partido Republicano Paulista.
A Semana de Arte Moderna representou uma verdadeira renovação de linguagem, na busca de experimentação, na liberdade criadora da ruptura com o passado e até corporal, pois a arte passou então da vanguarda, para o modernismo. O evento marcou época ao apresentar novas ideias e conceitos artísticos, como a poesia através da declamação, que antes era só escrita; a música por meio de concertos, que antes só havia cantores sem acompanhamento de orquestras sinfônicas; e a arte plástica exibida em telas, esculturas e maquetes de arquitetura, com desenhos arrojados e modernos. O adjetivo "novo" passou a ser marcado em todas estas manifestações que propunha algo no mínimo curioso e de interesse.
Participaram da Semana nomes consagrados do modernismo brasileiro, como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Víctor Brecheret, Plínio Salgado, Anita Malfatti, Menotti Del Pichia, Guilherme de Almeida, Sérgio Milliet, Heitor Villa-Lobos, Tarsila do Amaral entre outros
Semana da Arte Moderna 1922
Curiosidades
-Os jovens artistas e intelectuais da Semana de Arte Moderna eram do contra. Eles tiraram as noites de 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922 para bagunçar o coreto da recatada sociedade paulista e seus barões do café.
-O ataque à arte clássica foi tão enfático e radical que muitas vezes descambou para a chacota, a provocação e o deboche. Se colheram os louros por terem revolucionado a arte brasileira, os modernistas tiveram, antes disso, de escutar muita vaia.
Poesia
A Semana de Arte Moderna
Com o modernismo
A semana iniciou
Com um ritmo acelerado
A arte se concretizou
A iniciativa foi tomada
Por um escritor brasileiro
Graça Aranha era chamado
Por seus nobres companheiros
Esse fato se explica
Se pensarmos na oscilação
Entre o velho modelo político
E os anseios por renovação
Dividida em três dias
Os festivais da semana começou
Com a platéia que contagia
Quase sempre com euforia
A semana se encaixa
No contexto da república velha
No momento das oligarquias
Das vanguardas européias
Seu objetivo era renovar
O meio cultural
Totalmente influenciar
O tempo tradicional
Agora que foi explicado
O que foi o evento
Que tal pensar um pouco
Sobre esse movimento?
Cordel
Semana de Arte Moderna
Hoje vamos contar um fato ocorrido
No Brasil de maior importância
Em 1922 poesia, artes e liderança
Mudou nossa história, mudou nossa vida
Tudo iniciou com Di Cavalcante
Sua arte muito bem expressiva
A semana foi uma ebulição
Com idéias transgressoras
Em busca de nova identidade
Expressão e qualidade
Sem programação definida
Mas com desejo infinito
Aos 13 de fevereiro
A abertura oficial
Anita Malfatti e Victor Brecheret
Com pinturas de alto potencial
Arte moderna, tudo especial
Dia 15 de fevereiro grandes atrações
Contra a vontade de muitas, aberrações
A palestra de Menotti extravasou
Com novos escritores apresentou
O poema de Ronald de Carvalho
Diferente, não entendeu foi vaiado
Aos 17 de fevereiro dia mais tranqüilo
Não se tratava do modernismo
Mais de um calo inflamado
Entra de pé calçado, chinelo e sapato
Com participação de Villa- lobo
Vaias ao artista e o maestro com desgosto
Período repleto de agitação
Com mudanças de valores estéticos
Pelas formas européias sem padrão
Explosão de idéias, movimento de expressão
Gritos, vaias e explosão
Não entendiam o que era arte
Diversos movimentos ela desdobrou
Os participantes ao demonstrar
Valor histórico que ganhou
A semana com grande importância
Lira paulistana na geração
Declarando sua herança
Obra de Itamar Assunção
Na década de 1920
Surgiu a bossa nova com sua lição
Entre o movimento Pau- Brasil
De linguagem brasileira o samba e o baião
Através de revista e televisão
A principal forma de divulgação
Yan de Almeida chegou a declarar
A semana desenvolveu nenhuma ação
No mundo de arte e da literatura
A empresa não cobriu a exposição
Atribuindo a fama dos 7 dias
Ao esforço de Mário e Oswaldo de Andrade
A semana após a realização
Alguns artistas fundamentais
Houve bastante confusão
Mas eles acabaram sendo leias
Houve muita intenção
Com grandes artes essenciais
Na principal noite da semana
Menotti Del Pichia
Expunha as linhas e objetivos do movimento
E Mário de Andrade naquele momento
Paulicéia Desvairada e a ode ao Burguês
Ele recitava seu belo português
E a platéia sem compreender
O que estava dizendo
O mesmo aconteceu com os Sapos
De Manuel Bandeira
Que criticava o parnasianismo
Sob um corpo de relinchos e miados
Gente latindo, dizendo asneira
E Sérgio Milliet impedido de falar
Calado ficou
Oswaldo de Andrade zombou do acontecimento
Afirmando que era provocação
De jovens e intelectuais paulistas do momento
Contra artistas mandantes da nação
Práticas ultrapassadas pelo tempo
Pedindo mudanças e grande inovação
A semana ocorreu agitação
Manifesto com objetividade
Expandiu a industrialização
Mostrando a criatividade
A conseqüência da urbanização
Com maior mobilidade
A grande burguesia dividiu
A indústria nascente
O investimento surgiu
O poder público valente
Suas artes evoluiu
Movimento evidente
A aristocracia tradicional
Entre outro internacional
Com grande contradição
E lucidez intelectual
A arte com nova visão
E varias conceituação
O fenômeno poético
De Cânones limitadora
Balançou autocrítico
Uma consciência criadora
E um poder político
Com tradições conservadora
A união em prol da revolução
Multiplicou os grupos rivais
O manifesto Pau - Brasil seguiram
Com tendências nacionais
O conjunto dessa fragmentação
Houve movimentos reais.